Futebol Feminino em Mocambique ...

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Futebol Feminino em Moçambique

Este blog tem como objectivo divulgar informação de carácter desportivo

Futebol Feminino em Moçambique

Este blog tem como objectivo divulgar informação de carácter desportivo

Txote” no reino dos gigantes

AMELIA MANAVE

 

Quando uma criança ou jovem começa a demonstrar que no futuro terá um bom peso, mas sobretudo altura acima do normal, de imediato vem a interrogação: jogas basquete? E nem a introdução dos lançamentos triplos vieram “amenizar” as desvantagens para os baixos e menos pesados em singrar. Pois Aurélia Manave, pequena no tamanho mas grande na sua classe, ao longo de um carreira de duas décadas, conseguiu glórias e títulos, no reino dos gigantes.
 
Esguia como uma enguia, rapidez q. b., entrega total ao jogo, destemida e sem complexos, Aurélia Manave é(ra) um caso de estudo. Ao longo de uma carreira recheada de sucessos, soube tirar partido - e de que maneira - de atributos que para suplantavam as habituais mais valias na bola-ao-cesto. Velocidade e “raça” eram as suas armas principais. Com elas, “contagiava” toda a equipa, sendo também por isso titular indiscutível no Maxaquene e na Selecção Nacional. Mesmo sem actuar a base - lugar geralmente ocupado pelos “txotes” - realizou penetrações espantosas, ganhou ressaltos nas alturas e proporcionou jogadas empolgantes, com simulações e dribles que ainda devem permanecer na retina de muitos que tiveram o privilégio de presenciar.

A carreira de Aurélia Manave começa como a de outras crianças, mas num lugar e numa terra sem tradições no basquetebol: Lichinga. Aliás, é graças ao interesse de um núcleo a que ela e o seu irmão Aníbal, pertenceram, que na capital do Niassa se registou, nos primeiros anos pós-Independência uma apetência desusada em redor da modalidade.

Anos volvidos, já em Maputo e integrada no Maxaquene, foi chegar, impor-se e vencer. Com trabalhou, muito trabalho, até para contrabalançar a desvantagem da falta de peso e altura, tão propalados no basquetebol.
 
TAMANHO NÃO É QUALIDADE


Titular no Maxaquene e “cliente assídua” da Selecção, fez parte da geração de ouro da bola-ao-cesto nacional. Um grupo de atletas de elite que, mais do que espalhar o perfume do bom basquetebol pelo Continente, também obteve títulos e glórias, unindo o útil ao agradável: jogar bem e ganhar.

Os triunfos no feminino com que o basquetebol nacional sempre se impôs e se impõe no continente, mais a desmistificação de alguns tabus relativos à prática do desporto pelas mulheres, deve muito à imagem de marca deixada por Aurélia, Esperança, Joaquina Balói, Ana Paula e outras. Foram elas que, em 1991 obtiveram no Cairo, a única medalha de ouro para o país em modalidade colectiva nos Jogos Africanos.

 

 

Fonte:Opais