Futebol Feminino em Mocambique ...

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Futebol Feminino em Moçambique

Este blog tem como objectivo divulgar informação de carácter desportivo

Futebol Feminino em Moçambique

Este blog tem como objectivo divulgar informação de carácter desportivo

SONHAVA JOGAR NO BARCELONA – conta Atália Mazuze (Talita)

 

TALITA é a melhor marcadora de sempre do futebol feminino. Por quatro épocas consecutivas que a avançada do Costa do Sol é a rainha do goleadoras. Com história escrita em letras garrafais na história do futebol feminino, a talentosa jogadora sonhava em marcar golos com a camisola do Barcelona, seu clube de coração.

 

Quando era mais nova sonhava em jogar no Barcelona. Cheguei a pensar que isso fosse possível e acho que ainda tenho qualidade para tal, mas já não tenho esperança que isso venha a acontecer. Sem apoio e incentivo das pessoas com algum poder no desporto foi muito difícil chegar a outros patamares”, afirmou.

 

Talita, 27 anos, fala da sua carreira com uma dose de amargura, não só pelo facto de não ter podido jogar além-fronteiras, mas também pela falta de apoios.

 

Ainda olham para o futebol feminino com algum desprezo. O tratamento que nos é dado é quase nulo. Divulga-se pouco e investe-se ainda menos. Acabei renunciado à Selecção Nacional por não haver incentivos nenhuns. O Costa do Sol, embora não pague salários, sabe premiar-nos e é o único clube dos grandes que ainda olha pelo futebol feminino”, explicou.

 

A atleta, que começou a jogar em 1998, aos 9 anos, na cidade de Xai-Xai, diz ter começado a jogar por influência dos irmãos.

 

Comecei a ganhar gosto pelo futebol vendo o meu irmão a jogar. Rapidamente percebi que tinha jeito para o futebol e com a mesma rapidez comecei a ganhar os meus primeiros títulos na equipa do Paradise em 2008 e em 2014 mudei-me para o Costa do Sol. Estou animada por ter deixado a minha marca, mas conforme disse gostaria de ter saído do país”, comentou.

 

Ao contrário de muitas meninas que optam pelo futebol, Talita teve apoio do seu pai.

 

Meu pai apoiou-me bastante. Não me colocou nenhuma barreira, deixou-me fazer aquilo que mais gostava e estou grata por isso. Quanto aos amigos a reacção já não foi a mesma. Alguns amigos meus  perguntavam por que não optava por praticar outro desporto. Para eles o futebol era só para os rapazes. A verdade é que nunca liguei muito a essas críticas, sabia que o mais importante era fazer o que gostava”, conta.

 

De acordo com a avançada, o futebol feminino atravessa hoje melhores momentos. “Felizmente, as críticas às meninas por jogarem futebol tendem a diminuir. O número de praticantes cresceu muito em todo o país. Penso que nós, que começámos a jogar na década 90, criámos condições para que hoje o futebol seja falado sem muitos tabus”, opinou. Contudo, Talita defende que é necessário se fazer mais publicidade na Imprensa para que seja mais conhecida.

 

Falando da sua vida pessoal, Talita diz ser estudante na Universidade Eduardo Mondlane e que em casa cozinha e ajuda nas limpezas.

 

Sou estudante. Estou a formar-me na UEM. Quando estou em casa faço as tarefas normais de toda mulher. Cozinho, faço limpeza. Sigo uma vida normal e procuro conciliar com a minha vida desportiva”, atirou.

 

 

Fonte:Jornal Noticias