A TERCEIRA edição da Liga Nacional de Futebol Feminino (LNFF) contará com mais duas equipas, comparativamente às duas edições anteriores, passando de oito para dez formações.
A prova arranca em Julho e, segundo o presidente LNFF, Augusto Jamine, a mesma conhecerá muitas melhorias este ano, quer em termos competitivos, assim como logísticos.
Com efeito, segundo Jamine, o sorteio para a competição irá acontecer em Junho, sendo que a Assembleia-Geral do organismo terá lugar nos meados deste mês. A referida AG irá definir os moldes de disputa da prova, que em princípio deverá prolongar-se até Outubro.
Jamine faz o balanço da segunda edição da Liga Feminina, uma vez mais ganha pelo Costa do Sol, contanto que as equipas se bateram muito bem. Segundo ele, houve menos faltas de comparência e, de uma forma geral, menos problemas.
Para a terceira edição da LNFF o dirigente daquela instituição diz que são necessários 25 milhões de meticais, ou seja, uma assinalável subida em relação à edição 2015, que rondou à volta dos 20 milhões.
O presidente da LNFF garante igualmente o aumento no número de patrocinadores na edição deste ano, o que contribuirá para a sustentabilidade da prova.
Com o aumento de mais duas equipas, apenas uma que participou na edição do ano passado é que deverá descer de divisão, em princípio o último classificado.
Refira-se que a LNFF é disputada no sistema clássico de todos-contra-todos em duas voltas.
É CASO para dizer que o “canário” subiu às nuvens e vive dias de muito entusiasmo. Foi este cenário que caracterizou o relvado do Costa do Sol na tarde de domingo com jogadoras, técnicos, adeptos e dirigentes a comemorarem o terceiro título consecutivo da Liga Nacional de Futebol Feminino.
Ambiente festivo no recinto “canarinho” reflectido no final do jogo pelas declarações das intervenientes principais, as atletas, técnico e o presidente, que foram unânimes em afirmar que o “tri” é mais do que merecido e a união do grupo fez a diferença.
“FIZEMOS um campeonato brilhante em que conseguimos marcar 60 golos, sofremos sete e não tivemos nenhuma derrota. Só tivemos um empate, pelo que foi um campeonato maravilhoso”, palavras do treinador do Costa do Sol, Ismael Agy.
O técnico afirma que o segredo da vitória é a forma como o grupo encara os treinos. “Nós sempre depositamos muita seriedade em cada treino que fazemos. Acreditamos, sobretudo, no trabalho que fazemos. A nossa vitória é fruto do sacrifício. Há três anos para cá, a nossa equipa tem vindo a ganhar muitos títulos e vamos continuar a ganhar muito mais”, atirou.
“NÃO é sempre que se conquista o título de melhor jogadora. É uma honra para mim e deve-se em grande parte ao contributo das minhas colegas. Este troféu é fruto do trabalho de toda a equipa", disse Goia. Goia que afirma que é necessário continuar a trabalhar ainda com mais determinação.
"Não podemos relaxar. Sabemos que somos uma equipa que todos querem vencer e teremos que estar ainda mais preparadas nas provas que se seguem", sublinhou.
Em jeito de conclusão, apelou a um maior apoio da parte dos empresários ao futebol feminino. "É uma pena que não haja investimento sério no futebol. Há muito talento que precisa de apoio para evoluir", desabafou.
A FESTA “canarinha” ganhou mais cor com a actuação da cantora moçambicana Liloca, uma surpresa agradável para todos os presentes no campo do Costa do Sol.
A autora do “Quadradinho”, que vai fazendo muito furor nas casas de pasto e não só, deslumbrou com a sua música e dança contagiante. As “canarinhas” aproveitaram a ocasião para exibirem que têm também bom pé para dança. Aliás, apresentaram-se bem desinibidas acompanhando de muito perto a coreografia da artista.
Liloca espalhou alegria e exibiu toda a sua “musculatura” levando ao delírio os espectadores, dentre os quais a Vice-Ministra da Juventude e Desporto, Ana Flávia Azinheira.
"PODE parecer que tivemos a vida facilitada devido à forma folgada como conquistamos o título. Foram mais 13 pontos em relação ao segundo. Mas, é preciso frisar que sem empenho, dedicação e, se calhar, não estaríamos hoje aqui a festejar", reacção de Talita, melhor marcadora da prova.
Comentando sobre o facto de ter sido a melhor marcadora, afirmou que os títulos não têm importância se não houver sucesso colectivo. "Fico satisfeita por ter contribuído com muitos golos para que o Costa do Sol fosse campeão. Mas, fico ainda mais feliz por termos sido campeãs. Costumo dividir os títulos individuais com as minhas colegas, porque sem elas não teria chegado a este patamar", afirmou.
"FOMOS, sem dúvidas, justas campeãs. Hoje (domingo) voltamos a provar que temos a melhor equipa, fazendo uma excelente exibição", disse Inês.
Para a jogadora, que actua a extremo, a vitória folgada reflecte aquilo que foi o desenrolar de todo o campeonato, com o Costa do Sol a vencer de forma convincente. "Ganhamos em muitos jogos de forma folgada. Voltamos a fazê-lo. É um prémio pelo trabalho que fomos fazendo ao longo da época, quer nos treinos, quer nos jogos", rematou.
“A NOSSA equipa ganhou e ganhou bem. O que mais me alegra é que a nossa equipa chegou ao fim sem nenhuma derrota e isso é algo de salutar. Estamos todos de parabéns”, afirmou o presidente do Costa do Sol, Amosse Chicualacuala.
O dirigente máximo da colectividade acrescenta ser um momento bom. “É óptimo começar o ano a festejar. Vamos continuar a gozar desta festa e continuar a promover a mulher. A promoção da mulher faz parte da linha do programa do Governo e nós não podíamos ficar alheios a isso”, avançou.
O COSTA do Sol, já consagrado campeão da Liga Nacional de Futebol Feminino, fechou ontem a sua participação com um triunfo de 4-1, em casa, sobre a União Desportiva de Lichinga, na 14.ª e última jornada.
As “canarinhas” tiveram um percurso convincente, vencendo 13 jogos e apenas um empate a uma bola diante do Muelé de Inhambane, terminando a prova com 40 pontos.
Como já era previsível, o Costa do Sol dominou todo o encontro, tirando a UD de Lichinga qualquer hipótese de discutir o jogo. As “canarinhas” ganharam por quatro bolas, mas poderiam ter marcado muitos mais golos, pois desperdiçaram inúmeras oportunidades. Aos 24 minutos a equipa treinada por Ismael Agi fez o primeiro golo por intermédio de Amélia na sequência de um livre directo. No entanto este foi um golo inexistente, já que a bola após bater na trave não chega a entrar como julgou a árbitra do encontro. Um erro crasso da juíza. Antes desse lance polémico a turma “canarinha” já tinha estado por três vezes perto de marcar por Talita, Sarita e Song. 0 4x3x3 funcionava na perfeição, com Inês e Sarita a fluírem bem pelas alas. Foi numa dessas rápidas jogadas que ampliou o resultado para 2-0, com Talita a não perdoar na cara de Tucha. Estavam jogados 37 minutos.
O Costa do Sol, com um resultado tranquilizador, foi para a segunda parte à procura da goleada. A sua atitude ofensiva foi materializada em golo aos 62 minutos. Ninica, que tinha entrado para o lugar de Song, fez o 3-0 através de um remate fortíssimo. A festa das “canarinhas” não ficou por aí, já que sete minutos depois Inês atirou para o 4-0.
A turma treinada por Jissafone Bonomar ficou completamente arrumada e rendida à superioridade evidente das “canarinhas”. Mas, aproveitando algum relaxamento das campeãs, as meninas de Lichinga chegaram, na marcação de um penalte, ao golo de honra a castigar falta de Amélia sobre Cina aos 90 minutos. Chamada a converter, Natalina não perdoou.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRA: Ema Novo, auxiliada por Olinda Augusto e Elina Marques. Quarto árbitro: Simão Guambe.
COSTA DO SOL: Susu; Pequena, Amélia, Marta e Aurora; Sarita (Fidélia) Goia, Amália (Célia) e Inês; Song (Ninica) e Talita.
UD DE LICHINGA: Tucha; Nazária (Agnes), Célia (Mariamo), Cina, Quitéria, Nélia, Delice, Elisa (Elsa) Virgínia; Paulina e Natalina.
O COSTA do Sol cimentou a posição de líder da Liga Nacional de Futebol Feminino ao golear, domingo, Fanta da Beira, por 9-1.
A equipa de Viveiros de Nampula, por sua vez, assaltou, também domingo, a terceira posição ao vencer, fora de portas, a turma da Matola, por 2-1.
Viveiro aproveitou-se do deslize de Muelé de Inhambane, curiosamente no seu reduto, diante de Cocorico de Wampula, por 0-1, resultado que catapultou a equipa de Nampula da quarta para a terceira posição.
Surpreendida foi também a formação da União Desportiva de Lichinga, que foi travada com empate sem golos, em Maputo, pelo Benfica de Laulane. Mesmo assim, a turma de Lichinga mantém-se intacta na segunda posição e com uma vantagem confortável sobre o seu novo directo perseguidor, o Viveiros de Nampula.
Já o Cocorico deixou, com a vitória, de ser “lanterna vermelha”, em troca com Matola, que era penúltimo classificado. Mas ambos estão igualados em pontos.
Entretanto, o calendário de jogos vai sofrer alteração de modo que o campeonato termine no sábado e não na próxima segunda-feira, dia 18.